#63 - Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque | SERIAL KILLER
- Rodolfo Brenner
- 17 de jul. de 2023
- 12 min de leitura
Nos anos 90, um homem estava enganando mulheres com promessas de ensaios fotográficos e dinheiro. Ele levava as vítimas até um parque e, ao chegar lá, torturava, estuprava e matava suas vítimas. A caçada pelo assassino se tornou um grande fenômeno midiático e foi responsável por criar a estética do assassino em série para o público brasileiro.
Essa é a versão escrita do episódio #63 - Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque:

Francisco de Assis Pereira nasceu no dia 29 de novembro de 1967, na cidade de Guaraci, em São Paulo. Ele era filho do casal Nelson e Maria Helena, e tinha mais dois irmãos. Diferente de outros serial killers que nós já mencionamos aqui, a infância de Francisco não foi traumática: a família vivia uma vida normal, e, apesar de não terem muito dinheiro, nunca faltou comida. Segundo a sua família, Chico, como era chamado, era um menino quieto, que gostava de andar de bicicleta e de assistir televisão. Ele também tinha outro hobbie menos ortodoxo: ir até um matadouro próximo da sua casa para ver os bois sendo abatidos.
A família se mudou para um sobrado que ficava na Vila Mariana, um bairro de classe média da capital paulista. Aos 8 anos, Francisco ganhou um par de patins, um presente que ele queria muito desde que passou a assistir competições de patinação na TV. Ele sofreu um acidente quando caiu e um pedaço de graveto entrou no seu ouvido esquerdo, sendo que foi preciso uma cirurgia para retirá-lo. Ele continuou patinando depois de se recuperar, e muita gente dizia que ele realmente levava jeito para aquilo.

Francisco, durante a adolescencia, juntamente com a mãe, Maria Helena
Francisco estudou até a 5ª série, tendo retomado os estudos posteriormente com um supletivo, mas desistiu para entrar no Exército. Ele se deu bem dentro da corporação, tendo trabalhado na cozinha do quartel e conseguiu chegar à patente de Cabo. Após deixar o Exército, ele trabalhou em vários empregos enquanto participava de competições e exibições públicas de patinação, onde era conhecido como “Chico Estrela”.
Seu último emprego foi como motoboy na J.R. Express, uma empresa localizada no bairro do Brás. Ele morava na empresa, em um anexo, e constantemente era visto levando mulheres para lá. Certa vez houve um incidente envolvendo Francisco e um colega de trabalho: segundo seu ex-chefe, o grupo de motoboys estava conversando e brincando, quando um deles teria chamado o Francisco de gay. Aquilo deixou ele com muita raiva e ele chegou a agredir esse colega.

Francisco participando de um campeonato de patinação
Os crimes de Francisco foram cometidos no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, ou Parque do Estado, como é mais conhecido. Esse parque é uma área verde localizada na Zona Sul de São Paulo e abriga diversas instalações como o Jardim Botânico, o Zoológico e o Observatório de São Paulo.
O modus operandi de Francisco era: abordar mulheres em estações de metrô, praças ou ruas próximas e se apresentar como um caça-talentos. Ele convidava elas para fazer um ensaio fotográfico e oferecia uma quantia em dinheiro para que elas o acompanhassem até o Parque do Estado. Ao chegarem no local, ele ordenava que elas tirassem a roupa e espancava, mordia e estuprava as vítimas. Depois, ele mata elas sufocadas com uma corda, um cadarço de tênis ou um cinto.
Quase todas as vítimas do Maníaco do Parque eram morenas, tinham entre 17 e 25 anos, cabelo castanho, ondulado e eram de classe mais baixa. O próprio Francisco disse posteriormente que ele escolhia mulheres que pareciam tristes e que andavam de cabeça baixa.

Parque do Estado, SP
Os ataques fatais começaram em 1998: a primeira vítima do Maníaco do Parque foi a vendedora Raquel Motta Rodrigues, de 23 anos. Raquel estava na estação de metrô do Jabaquara quando foi abordada por Francisco, que a convidou para uma sessão de fotos. Ela ligou para sua prima para contar que tinha conhecido um “rapaz muito legal” que a convidou para posar para um catálogo de cosméticos. Essa prima tentou persuadi-la a não ir, mas ela foi mesmo assim. Ela foi vista pela última vez no dia 10/01. Seu corpo foi descoberto no dia 16/01 e o caso foi arquivado por falta de provas.
A segunda vítima foi identificada como Rosilda França de Oliveira, que trabalhava de babá e desapareceu no dia 23/01. Rosilda sonhava em ser modelo, e foi abordada por Francisco no Terminal do Jabaquara. Quando foi preso, Francisco reconheceu Rosilda como uma de suas vítimas quando olhava fotos de mulheres desaparecidas. Entretanto, a sua ossada só foi encontrada em 01/07/1999, um ano depois da sua prisão.
A terceira vítima foi a estudante Isadora Fraenkel, de 19 anos. Não temos muitas informações sobre a Isadora, mas o que se sabe é que ela desapareceu no dia 10/02. O caso dela só foi ligado ao Francisco quando ele tentou passar dois cheques em nome da estudante, mas que foram devolvidos. Quando ele foi questionado sobre isso, Francisco afirmou que Isadora era sua namorada e que ela tinha lhe dado os cheques.
O pai de Isadora, Cláudio, contestou essa informação e disse em coletiva de imprensa posterior que a filha não tinha nenhuma relação com Francisco e que um dos cheques tinha sido falsificado, mas o outro tinha sido assinado por ela, com uma caligrafia trêmula, o que poderia indicar que ela estava sendo coagida no momento da assinatura. O corpo dela foi o último a ser identificado, no dia 24/08, após ter sido apontado pelo próprio Francisco. A dificuldade se deu porque Francisco colocou fogo no corpo após ter sido intimado para depor sobre o desaparecimento dela.
A quarta vítima foi a professora de dança Michele dos Santos Martins, de 20 anos. Ela desapareceu no dia 11/04, e seu corpo foi encontrado logo depois. Como não houve procura, ela acabou sendo enterrada como indigente no final de maio. Só quando houve cruzamento do local e dos crimes é que o seu corpo foi exumado e identificado.
A quinta vítima foi a vendedora Patrícia Gonçalves Marinho, de 24 anos. Ela desapareceu no dia 17/04, após sair da loja em que ela trabalhava. Segundo o que Francisco disse em depoimento, ele conheceu Patrícia em uma galeria na Rua 24 de Maio e a levou até o parque de moto. Segundo familiares, Patrícia era uma mulher espontânea, que gostava muito de tirar fotos e fazia amizade com facilidade.
A sexta vítima foi Elisângela Francisco da Silva, 21 anos. Ela desapareceu no dia 09/05, tendo sido vista pela última vez em uma pista de patinação no Shopping Eldorado, onde conheceu Francisco. Ela estava de viagem marcada para a casa dos pais, que moravam em Londrina, no Paraná, e foi quando ela não chegou que começaram as buscas. O corpo dela foi encontrado em 28/07/1998, no mesmo dia do corpo da Patrícia.
A sétima vítima foi a telefonista Rosa Alves Neta, de 21 anos, que desapareceu no dia 24/05. Segundo a família, ela estava muito triste por conta de um término recente e foi dar uma volta no parque Ibirapuera. Lá ela foi abordada por Francisco, que estava andando de patins no local. Seu corpo foi encontrado dia 06/07 e identificado no dia 13/07.
A oitava vítima foi identificada como Selma Ferreira Queiroz. Selma desapareceu no dia 03/07, tendo sido vista pela última saindo de uma clínica em que ela foi fazer um exame demissional. Naquele dia ela tinha combinado de ver um jogo da seleção com a irmã, mas ela não apareceu. Os pais dela então registraram o desaparecimento. O corpo dela foi encontrado no dia 04/07. Existem mais duas vítimas do Maníaco do Parque, mas nunca foram divulgadas informações sobre elas, apenas que elas seguiram o mesmo perfil: mulheres jovens, morenas, com cabelo castanho e ondulado.

Algumas das vítimas do Maníaco do Parque
Assim que os primeiros corpos foram descobertos, a mídia ficou em polvorosa para noticiar os ataques, e logo o assassino ganhou o apelido de Maníaco do Parque. Naquela época, a Folha de S. Paulo e Cidade Alerta faziam reportagens diárias sobre tudo o que estava acontecendo. Enquanto a polícia iniciava a investigação, começaram também as autópsias dos corpos que estavam sendo encontrados. Da vítima mais nova — Selma — a autópsia encontrou diversos hematomas e marcas de mordida. Também foi encontrado sêmen, o que indicava o abuso sexual. A polícia começou a construir um perfil do assassino: a hipótese é que ele fosse um homem na casa dos 30 aos 40 e que tinha uma boa conversa para convencer as mulheres a entrarem na mata.
Com os casos se conectando, foram recebidos os primeiros depoimentos, e um dos mais importantes foi da prima da Raquel, a primeira vítima, que contou da ligação que ela tinha feito sobre a sessão de fotos. A polícia pensou então que era possível que existisse alguma pessoa que também tinha sido abordada, mas que não aceitou o convite para ir até o parque. Policiais de outro distrito encontraram dois boletins de ocorrência de duas mulheres que disseram ter sido atacadas por um homem depois de terem aceito fazer um ensaio fotográfico para uma marca de cosméticos, a mesma desculpa usado pelo maníaco para atrair a Raquel.
O primeiro caso tinha acontecido em agosto de 1996: a vítima, que não teve o nome divulgado, foi abordada por Francisco na Praça da República, no centro de São Paulo. Ele disse que estava procurando moças para um catálogo e ofereceu dinheiro pelas fotografias, que seriam feitas no Zoológico, que fica dentro do Parque do Estado. Depois de andarem para dentro do matagal, a mulher quis desistir do ensaio, mas o maníaco disse que iria matá-la se ela não fizesse o que ele mandasse. Ele ordenou que ela ficasse só de calcinha, amarrou e deu uma surra nela, segundo ele, para que ela “aprendesse a não confiar em pessoas desconhecidas”. Ele abusou dela e então foi embora. Depois de um tempo ela conseguiu se soltar e pedir ajuda.
O segundo caso aconteceu em janeiro de 1997, novamente por uma pessoa que não teve o nome divulgado. Francisco abordou essa mulher em Diadema, região metropolitana, com a mesma conversa sobre uma sessão de fotos e convenceu ela a ir com ele até o Parque do Estado. Ao chegar lá ela foi amarrada, espancada e abusada. Quando o Francisco colocou uma corda em volta do seu pescoço, essa mulher começou a se debater e conseguiu fugir.

Polícia encontra ossada parcialmente carbonizada no Parque do Estado
Segundo a descrição das duas sobreviventes, o homem que tinha feito aquilo com elas tinha em torno de 25 anos, estatura média, pele morena clara, marcas de espinha, furo na orelha e uma falha na sobrancelha. Foi feito um retrato falado e divulgado para a imprensa, mas, por causa da grande cobertura da mídia, a polícia recebeu tantas ligações que eles de pessoas afirmando que viram ou que conheciam o Maníaco do Parque que eles não sabiam nem por onde começar.
Uma terceira mulher contatou a polícia dizendo que tinha sido abordada por um homem no metrô, e que esse homem queria tirar algumas fotos dela. Ela recusou, mas ele insistiu tanto que ela disse que iria chamar a polícia se ele continuasse. Esse homem então deu um cartão com um número de telefone e um nome, e disse para ela ligar se mudasse de ideia. A polícia rastreou o telefone até a empresa onde Francisco trabalhava. Chegando lá, eles mostraram o retrato falado para o dono, que confirmou a semelhança com um dos seus funcionários, mas disse que o nome dado era falso. Para a frustração de todos, Francisco não estava no local: ele tinha fugido dois dias antes.

Retrato falado / Francisco de Assis
Quando Francisco viu o seu retrato falado nos jornais, ele decidiu fugir da cidade: primeiro ele queimou alguns pertences das vítimas que havia guardado e jogou outros no vaso sanitário do seu trabalho. Ele também deixou um bilhete agradecendo as oportunidades e pedindo desculpas por ter ido embora.
Lembram do caso dos cheques que o Francisco tentou passar em nome de uma das vítimas? O dono da empresa contou que ele tinha sido procurado meses antes para esclarecer a situação, e também foi perguntado sobre o paradeiro da Isadora. Como ele era tratado como suspeito nesse caso, o Departamento de Pessoas Desaparecidas já tinha um cadastro com todas as informações de Francisco, incluindo uma foto. Essa foto foi mostrada para as sobreviventes, que confirmaram que ele era o homem.
A imprensa nacional passou a divulgar a identidade do Maníaco do Parque e o fato dele estar foragido, e ele foi considerado o homem mais procurado do país naquela época. No dia 04/08/1998, Francisco foi preso em Itaqui, no Rio Grande do Sul, graças a denúncia de um pescador local que o abrigou. Ele havia pedido trabalho em troca de abrigo e se apresentou com um nome falso. Esse pescador viu a imagem de Francisco e reconheceu que ele era o Maníaco do Parque. Ele tentou negar que era Francisco de Assis Pereira e que teria alguma relação com os crimes, mas não adiantou e ele foi preso.

Francisco chegando em SP após a prisão
Assim que ele foi preso, começou uma nova busca, dessa vez para encontrar qual seria a motivação dos assassinatos. Segundo o próprio Francisco, ele sentia algo muito ruim que fazia ele matar as vítimas: “Acontecia o desejo, aquela forma maldita de querer pegar a pessoa, o inimigo gerando dentro de mim, essa não escapa, se ela falar sim, vou devorar ela viva, não era nem a prática sexual, era uma coisa canibal”. Ele também alegou ter sofrido abuso sexual na infância por parte de uma tia chamada Diva, irmã caçula de sua mãe. Segundo ele, essa tia teria obrigado ele a tocar nas suas partes íntimas, o que teria causado uma fixação por seios na vida adulta. Essa tia foi entrevistada e negou todas as alegações.
Quanto as mordidas que ele dava nas vítimas, Francisco contou que, no dia 18/02/1996, ele conheceu uma jovem patinadora no Parque do Ibirapuera, os dois conversaram e ele a convidou para patinar em um Shopping de São Bernardo do Campo. No meio do caminho ele desviou da rota e foi em direção ao Parque. Lá ele obrigou ela a entrar no matagal, amarrou uma corda no seu pescoço e obrigou ela a tirar a roupa. Ele também obrigou ela a fazer sexo oral nele, mas ela acabou dando uma mordida muito forte no seu pênis, tão forte que ele passou a ter dificultava para ter ereções. Ele espancou e tentou matar a moça por causa da mordida, enrolando uma corda no seu pescoço. A moça fingiu de morta e conseguiu escapar quando o maníaco saiu do local. Ela foi socorrida, levada para o pronto-socorro e posteriormente registrou o boletim de ocorrência.
Quando o caso do maníaco começou a ficar conhecido, essa moça reconheceu Francisco nas fotos, mas ela preferiu não dar queixa pois, segundo ela, tinha um trauma muito grande do que aconteceu e não gostaria de reviver aquilo. Quando Francisco começou a contar dos assassinatos, ele achava que essa moça tinha morrido no local, entretanto, como seu corpo não foi encontrado, ela começou a ser procurada e foi encontrada com vida em novembro de 1998.
Outra pessoa que prestou queixa foi uma travesti chamada Thayná, com quem Francisco teve uma relação por mais de um ano. Os dois se conheceram em 1996, na cidade de Diadema e decidiram morar juntos. Segundo ela, os dois brigavam muito, e Francisco constantemente agredia ela com tapas e socos.

Francisco na capa da Revista Veja em reportagem exclusiva
Após 3 anos preso, o primeiro julgamento do Maníaco do Parque aconteceria em maio de 2001, mas aconteceu uma verdadeira bagunça no tribunal: teve briga do Ministério Público com a juíza, duas testemunhas de acusação faltaram e a promotoria foi proibida de exibir uma entrevista que Francisco tinha dado para o “Domingo Legal” uma semana antes, isso porque, por lei, a defesa tem que receber as provas com antecedência, ou o júri pode ser anulado. Foi decidido que o julgamento seria então remarcado para setembro.
No total, Francisco passou por quatro julgamentos: o primerio aconteceu em setembro, e Francisco foi condenado a 16 anos de prisão por assassinato. No segundo, em 2002, ele negou a autoria dos crimes, mas foi condenado a 107 anos de prisão, por estupro, roubo e atentado violento ao pudor. No terceiro julgamento, ele foi condenado a mais 24 anos e 6 meses por assassinato, estelionato e ocultação de cadáver. O quarto e último julgamento adicionou mais 121 anos, 6 meses e 20 dias por assassinato, ocultação de cadáver e atentado violento ao pudor.
Durante o julgamento ele foi considerado imputável pela jurí, ou seja, que ele tinha conhecimento do que estava fazendo e podia responder pelos seus crimes. Já os laudos médicos disseram que ele era semi-imputável: ele conseguia compreender que estava cometendo crime, porém não conseguia controlar sua agressividade e suas emoções. No total, Francisco foi condenado a 268 anos de prisão. Ele foi mandado para cumprir a pena em diferentes penitenciárias durante o tempo, mas atualmente está na Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo.

Francisco durante seu julgamento
Na prisão, Francisco passou a receber centenas de cartas de mulheres que se diziam apaixonadas por eles. Em 2002 ele chegou a se casar com uma mulher de Santa Catarina chamada Jussara Gomes, que na época tinha 60 anos. Posteriormente eles se separaram pois, segundo ela, Francisco era violento demais. Em 2005, ele deu uma longa entrevista para o Diário de São Paulo: entre outras coisas, Francisco contou que tinha uma boa convivência com outros presos, que tinha se convertido ao cristianismo, falou sobre a força maligna que fazia ele matar e que ele não recebia visitas, apenas conversava com elas pelo telefone. Ele também falou que pretendia ter vários filhos e, quando foi perguntado se amava Jussara, ele disse: "Tenho uma consideração muito grande. O amor é consequência. Já o que ela sente por mim é muito mais forte”.
Em 2018, foi noticiado que Francisco iria sair da prisão em agosto de 2028, após cumprir os 30 anos máximos que poderia ficar preso. O procurador Edilson Mougenot Bonfim deu uma entrevista se mostrando preocupado com a soltura dizendo “É abrir as portas do cárcere para que ele volte a ter a possibilidade de matar, estuprar”. O advogado Evaldo Engholm Cardoso, que defendeu Francisco, disse “Se ele não for 24 horas supervisionado, ele vai cometer crimes de novo, ele é um risco para a sociedade se não for supervisionado full time”.
Em 2020, uma reportagem do UOL contou como era a vida de Francisco na cadeia: ele passava a maior parte do tempo sozinho, fazendo tricô e crochê. Antes da pandemia, ele trabalhava em uma oficina que produzia sapatilhas e roupas para bailarinos, mas após o fechamento ele passou a vender artesanato para os familiares dos detentos durante as visitas.
Funcionários da prisão disseram que ele passava a maior parte do tempo isolado, não tinha amigos e era muito discreto. Ele lia a bíblia e frequentava o culto evangélico ao menos uma vez por semana. Ele também não praticava exercícios dentro da prisão, o que levou ele a obesidade. Ele é considerado um preso com bom comportamento, tem a ficha limpa e também tem algumas regalias: dentro da cela que ele divide com mais 11 detentos, ele tem direito a dormir no colchão por ter mais tempo de prisão.

Exposição sobre o Maníaco do Parque no Museu da Polícia Civil de São Paulo
• FONTES: Investigação Criminal, Modus Operandi, Folha de S. Paulo, Estadão, Diário do Grande ABC, Folha de Londrina, G1, UOL, Diário de São Paulo.
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