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#104 - Relatos dos Ouvintes 3 | ESPECIAL

  • Foto do escritor: Rodolfo Brenner
    Rodolfo Brenner
  • há 5 dias
  • 9 min de leitura

Nesse halloween, iremos contar histórias assustadoras do Reddit e do site Jezebel.


Essa é a versão escrita do episódio #104 - Relatos dos Ouvintes 3


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• RELATO 1: MINHA CASA ASSOMBRADA DE INFÂNCIA – Ruby333


Me mudei de casa quando tinha uns 7 anos, para uma casa de esquina bem no centro da cidade. Lembro de dividir um quarto com minha irmã mais velha, e logo na primeira noite eu vi alguém passando na porta do nosso quarto durante a madrugada, era uma sombra alta. Falei pra minha mãe o que tinha acontecido e ela disse que deveria ser apenas um sonho. 

Minha mãe era dona de casa na época, e ela contou depois que, quando estava sozinha, ela ouvia alguém assobiando dentro de casa. Ela até achou que era o rádio ou a televisão, chegou até a correr atrás do barulho, mas nunca descobriu de onde vinha.

Mas o mais grave aconteceu um dia, quando minha mãe foi buscar a gente na escola. Quando voltamos, estava tudo revirado, como se alguém tivesse invadido. Minha mãe ficou com medo e levou a gente até um comércio vizinho para chamar a polícia. Os policiais olharam a casa, mas não tinha ninguém lá dentro, e nada foi roubado. Quando meu pai chegou a noite, minha mãe disse o que tinha acontecido, e ele falou que também estava vendo coisas. Ficamos mais 3 meses nessa casa, mas acabamos saindo porque meu pai arrumou um emprego em outra cidade.


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• RELATO 2: O QUARTO VERMELHO – Promethean_Chaos


Quando minha avó tinha uns 40 anos, lá pelos anos 70, ela arranjou emprego de empregada doméstica na mansão de uma família muito rica. Os donos eram muito sérios, muito quietos e não tinham filhos, então eram só eles e os empregados em uma casa enorme. A rotatividade dos empregados era alta, mas minha avó não sabia o porquê, até que ela descobriu…

Certo dia ela estava limpando um quarto no segundo andar, e logo abaixo desse havia outro quarto, que os funcionários chamavam de “quarto vermelho”, porque a porta era vermelha e tinha várias trancas. Quando ela estava varrendo, percebeu uma madeira solta e resolveu dar uma espiada no quarto debaixo, e o que ela viu assombrou ela até o último dia de vida: havia um ser de pele cinza, olhos vermelhos e dentes afiados andando pelo quarto como se fosse um animal. Ele usava uma cueca e estava comendo algo, que minha avó interpretou como um pedaço de gente.

Ela ficou tão assustada com aquilo que saiu correndo do lugar e nunca mais voltou, nem para pegar o pagamento do último mês.Quando minha avó contou para o marido dela, ele falou que isso deveria ter alguma ligação com o desaparecimento de crianças nas cidades que ficavam ali em volta. Até hoje não consigo pensar em que bicho era aquele. Seria um demônio ou era algo mais físico, tipo alguém com uma deformidade?


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• RELATO 3: NÃO ERA UM GATO – Salla


Meu bairro abriga uma grande população de gatos de rua, e eu sempre deixo comida e água para eles no meu deck. No ano passado, acordei no meio da noite para usar o banheiro. Me sentei para fazer xixi e olhei pela janela, que tem uma vista clara do deck. Olhando para o deck, vi uma figura grande em uma das tigelas. Eu estava meio adormecida e estava bem escuro, embora houvesse alguma luz ambiente vinda da nossa garagem, e a princípio pensei que fosse um guaxinim, um gambá ou até um coiote. Então, com a mais arrepiante sensação de horror, percebi que era um homem humano agachado de quatro, comendo comida de gato da tigela com a boca. 

Gritei para o meu marido e ele veio até o banheiro. Ele olhou para fora e eu pude ver a mesma reação se manifestar em seu rosto nos poucos segundos que levou para perceber o que estava acontecendo. Liguei para o 911 e disse ao atendente que havia um homem estranho em nossa varanda agindo de forma suspeita. "Senhora", disse ele, "O que quer dizer com suspeita?" Eu disse a ele que havia um cara comendo comida de gato de uma tigela com a boca no deck dos fundos. Ele disse que mandaria uma viatura imediatamente. 

Enquanto isso, meu marido desceu as escadas na ponta dos pés para pegar um taco de beisebol em um armário, e eu continuei espiando pela janela para ficar de olho no cara, mal acreditando no que estava vendo. Depois do que pareceram horas, mas na verdade foram cinco ou seis minutos, vimos faróis se aproximando da estrada. Nosso visitante deve tê-los visto também, porque ele se levantou, com a maior facilidade, saiu do nosso deck e desapareceu nas sombras na beira do quintal. Tínhamos uma viatura estacionada em nossa garagem pelo resto da noite e, na manhã seguinte, instalamos luzes ativadas por movimento e uma câmera. Tiramos a comida de gato do deck à noite pelo resto do mês. Não tivemos mais um visitante indesejado, mas sempre terei medo de olhar pela janela no escuro e ver um homem em vez de um gato.


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• RELATO 4: TERROR NOTURNO – Chaotic Insomniac


Há muitos e muitos anos, meu filho passou por uma fase extrema de terror noturno que gradualmente evoluiu para sonambulismo. Ele tinha apenas 3 anos na época e ainda não era muito articulado. Parecia não se lembrar dos terrores noturnos e não tinha medo de ficar sozinho no quarto.

Descobrimos que por ele para dormir na cama conosco evitava completamente esses episódios. Então, por semanas, fizemos exatamente isso. Foi um pouco difícil, mas definitivamente superou a alternativa. Mas logo depois de recorrermos a essa "solução", foi quando o sonambulismo começou. Uma noite, senti ele subir em cima de mim e, meio grogue, presumi que ele precisava ir ao banheiro e quase imediatamente voltei a dormir. Acordei com seus gritos aterrorizados, desorientada sobre onde ele estava. Meu marido o encontrou, tremendo incontrolavelmente, ao lado da cama, com os olhos dilatados e vazios de horror.

Isso continuou acontecendo de vez em quando por semanas, até que minha mãe trouxe uma senhora que se auto proclamava “curandeira” para nossa casa e a mandou “limpá-la”. Ela disse que nossa casa tinha muita energia negativa, vinda de inquilinos anteriores e de espíritos inquietos de crianças pequenas que se apegaram ao nosso filho. Era horrível ouvir tudo aquilo. Tínhamos vivenciado coisas estranhas, mas nenhuma mais desconcertante do que os terrores noturnos do nosso filho. 

Os terrores noturnos cessaram após a limpeza, mas outras atividades aumentaram, e continuamos a fazer nosso filho dormir em nosso quarto, com medo de que ele tivesse outro episódio. Algumas das outras experiências foram batidas nas paredes, portas se abrindo sozinhas e fotos voando da parede. Certa vez, vimos a sombra de uma pessoa, um homem, andando pela casa, mas quando espiamos para fora, não havia ninguém lá. A gota d'água foi quando nós dois tivemos o mesmo pesadelo, acordamos encharcados de suor e buscando conforto naquele sonho horrível, apenas para contá-lo e perceber que estávamos sonhando quase a mesma coisa. 

No sonho, estávamos do outro lado da rua, conversando com nossos vizinhos, quando eles apontaram que nossa casa estava pegando fogo. Olhamos para trás e vimos que a casa estava envolta em fumaça preta. Podíamos ver nosso filho batendo os punhos desamparadamente contra a janela da sacada da frente. Em pânico, corremos pela rua e entramos na casa procurando por ele. No meu sonho, eu o encontrei e o segurei firmemente contra mim enquanto corria de volta para fora em segurança, apenas para perceber que o embrulho que eu segurava em meus braços era seu cobertor de bebê e não ele. Olhei para a casa a tempo de vê-la desabar em uma fúria de chamas e acordei gritando. Meu marido sonhou que entrou na casa e podia ouvir meu filho gritando por ele e não conseguia encontrá-lo. Então ele ouviu um suave "papai", abaixou-se, agarrou-o e correu para fora. Enquanto corria, percebeu que nosso filho era muito leve em seus braços e, ao olhar para baixo, viu que ele segurava apenas um ursinho de pelúcia. 

Nem preciso dizer que isso nos abalou ainda mais. Nos mudamos imediatamente, ficando no pequeno quarto de hóspedes dos meus pais até conseguirmos vender a casa. A casa não ficou no mercado por muito tempo e, querendo ser francos sobre nossas experiências, contamos ao comprador, contrariando o conselho do nosso corretor.


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• RELATO 5: UMA DAS EXPERIÊNCIAS DE OVNI MAIS ESTRANHAS E ATERRORIZANTES DA MINHA VIDA – forestfaeriee


Só quero compartilhar uma das experiências mais loucas da minha vida. Infelizmente, não gravei porque fiquei apavorada. Não conseguia me mexer. Se não fosse pela minha amiga, na verdade, não sei o que teria acontecido conosco. 

Eu estava visitando uma amiga, e isso é o interior. Tipo, no meio do nada. Cidade pequena, estradas de terra e milharais. Estávamos entediados, obviamente, e já era tarde, o sol estava se pondo. Então, decidimos dar uma caminhada até o centro da cidade. Levamos cerca de uma hora para chegar lá. Na volta, estamos virando a esquina, de volta para a estrada de terra e imediatamente notamos um OVNI. Levei um segundo para meu cérebro registrar o que eu estava vendo. Mas ele estava lá, logo acima das árvores, pairando no ar. O melhor que posso descrever é que era do tamanho de um ou dois ônibus, e quase como uma haste inclinada no ar. Havia duas luzes verdes de cada lado. Essas luzes eram muito brilhantes e saturadas em cores contra a escuridão do campo, sem poluição luminosa. 

Assim que percebo que estou olhando para um OVNI, vou tirar uma foto e, antes que eu possa fazer isso, essa coisa começa a girar em nossa direção, como um helicóptero, e eu simplesmente congelo, incapaz de reagir ou entender o que está acontecendo. Apenas puro terror. Meu amigo empurrou minhas mãos para baixo, e imediatamente essa coisa parou, se reposicionou e começou a se afastar lentamente, não muito acima de nossas cabeças. Ficamos lá por talvez um ou dois minutos assistindo a isso, em admiração e terror. E eu me arrependo muito, muito, muito de não ter gravado. Só para poder assistir a esse evento novamente e talvez capturar algo novo que eu não tenha capturado antes. Ou compartilhar com outros essa minha experiência verdadeiramente aterrorizante para que eles possam entender exatamente o que eu vi. Mas tudo o que tenho são minhas memórias.


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• VOZ NA ÁGUA – igor2OC


No início da minha adolescência (início dos anos 80), fui para um acampamento de verão no interior do estado de Nova York. Era um lugar lindo, nas montanhas, à beira de um lago e muito isolado de tudo. A cidade onde o acampamento ficava precisava de uma viagem de 15 minutos de carro, e isso foi bem antes dos celulares e da internet, então o acampamento era realmente um mundinho à parte. 

Na última noite de acampamento, sempre fazíamos uma fogueira na praia. Além da luz da fogueira e das cabanas do acampamento na colina atrás da praia, estava escuro como breu. Não havia cidades ou casas na floresta do outro lado do lago, então, olhando para a água, você não via nada. Era assustador à noite, mas havia umas cem pessoas ali, então isso diminuía o medo. 

Perto das 21h, uma voz masculina gritou de algum lugar na água. "Por favor! Alguém me ajude!" Todos nós congelamos, olhando ao redor para ter certeza de que tínhamos ouvido a voz. Houve um silêncio mortal por um momento. Então, um dos conselheiros-chefes apontou sua lanterna sobre a superfície da água. Não havia nada. Nenhuma pessoa, nenhum barco, nenhum som de respingos. Nada. Lentamente, o grupo começou a relaxar, e houve algumas risadas nervosas como às vezes vemos depois de uma situação tensa. Talvez tenha sido uma brincadeira? Se sim, tiro o chapéu para quem foi o responsável por nos assustar tanto. Mas então, veio de novo. Parecia mais perto, como se estivesse perto de nós, e mais angustiado. "POR FAVOR! ALGUÉM ME AJUDE!" Novamente, lanternas saíram e examinaram a água, e novamente, não vimos nada. Um dos conselheiros-chefes gritou: "Onde vocês estão? Não podemos vê-los! Digam-nos o que precisam!". Nenhuma resposta. 

Finalmente, o conselheiro-chefe, em voz baixa e tensa, disse: "Todos vocês, para seus chalés, AGORA!". Não precisávamos que nos mandassem uma segunda vez. Todos nós subimos a colina e nos acomodamos em nossos respectivos beliches. Membros da equipe foram designados para vigiar cada chalé durante a noite, e ficamos acordados até tarde conversando sobre o que havia acontecido e especulando sobre o ocorrido antes de finalmente adormecer. 

No dia seguinte, fomos acordados pelo grande sino que nos despertava todas as manhãs. O plano era limpar o acampamento, guardar todo o equipamento para o inverno, esse tipo de coisa, com todos contribuindo. Os ônibus que nos levariam para o interior do estado chegariam por volta da hora do almoço. Em vez disso, nosso conselheiro entrou na cabana e disse: "Os ônibus chegarão em 20 minutos. Arrumem suas coisas o mais rápido possível. Vamos embora daqui." "Que tal desmontar o acampamento?", perguntamos. "Não. Arrumem as coisas." Então, fizemos, nossos ônibus chegaram e partimos, abalados pelo que tinha acontecido nas últimas 10 horas ou mais. 

Ao longo dos anos, à medida que a internet se tornou a internet, fiz várias pesquisas sobre o que poderia ter acontecido naquela noite, mas não encontrei nada. Alguém se afogou? Alguém estava tentando nos assustar ou nos machucar? Não tenho uma resposta e, 40 anos depois, parece improvável que algum dia eu tenha. O acampamento ainda está aberto e há uma espécie de página de "ex-alunos" no Facebook da qual sou membro. De vez em quando, alguém posta algo como: "Então, quem se lembra da última noite do acampamento, em 1982?". As pessoas podem responder: "Sim, eu estava lá", mas ninguém quer falar sobre isso em profundidade. Tenho quase certeza, no entanto, de que nenhum de nós se esqueceu.


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