101 - Caso Ariel: OVNI na Escola | MISTÉRIOS
- Rodolfo Brenner
- há 24 horas
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Em 1994, várias crianças disseram ter visto um OVNI pousado próximo a uma escola. Seria um encontro de 3º grau ou uma alucinação coletiva?.
Essa é a versão escrita do episódio #101 - Caso Ariel: OVNI na Escola.

O caso aconteceu no Zimbábue, um país que fica no sudeste africano, próximo da África do Sul e do Moçambique. Segundo o censo de 2022, o país tem cerca de 15 milhões de habitantes. Desses, 80% são de um grupo étnico chamado Shona, que também está presente em outros países da África. O país possuí 16 línguas oficiais, sendo a língua shona, o inglês e o ndebele as mais comuns. O Zimbábue foi uma colônia britânica de 1880 até 1980, quando conseguiu a independência depois de anos de conflito e de guerras civis dentro do território. Assim como aconteceu com outros países africanos que tinham sido colônias, o Zimbábue passou por anos muito difíceis, com conflitos violentos, corrupção, golpes de estado e colapsos na economia. Felizmente as coisas deram uma amenizada a partir de 2017, e hoje a economia do país cresce cerca de 5% ao ano, e suas principais indústrias são a exportação de cromito, carvão, cobre e níquel.
Tudo começou no dia 14/09/1994: naquela noite, centenas de pessoas ligaram para a BBC do Zimbábue para relatar que tinham visto um OVNI. Segundo as testemunhas, esse objeto era oval na parte de cima, mas plano na parte de baixo, emitia um brilho constante, não tinha asas e não fazia barulho. Esse mesmo objeto também foi relatado na África do Sul. Ao saber da história, Tim Leach, que era produtor da BBC no Zimbábue, conseguiu confirmar o avistamento com algumas testemunhas, entre elas, dois pilotos que reportaram a aparição ao controle de tráfego aéreo do aeroporto de Joanesburgo e um homem que conseguiu fazer imagens do objeto.
Tim então ligou para a BBC de Londres e pediu para um amigo confirmar se alguma agência espacial reportou a passagem de um meteoro pelo sul da África. Além de negar, uma fonte ainda disse que a forma como o objeto se apresentava nas filmagens não condizia com o comportamento de um meteoro. Ele então passou a monitorar os relatos e ficou chocado como centenas de pessoas, de várias cidades diferentes do país, relataram exatamente o mesmo objeto. Foi então que ele recebeu uma ligação informando que havia um grupo de testemunhas que não somente observaram o OVNI como viram ele pousando e interagiram com os seus tripulantes.

Tim Leach
No dia 16/09/1994, cerca de 62 crianças entre 6 e 12 anos estavam brincando durante o intervalo da escola Ariel, que ficava na comunidade rural de Ruwa, a cerca de 22 quilômetros da capital Harare. Ariel era uma escola privada, cara, frequentada por uma maioria branca da região. Exatamente às 12:12, algumas crianças viram um “disco prateado” no céu, que desceu até um campo aberto que ficava próximo da escola. Dessa nave saíram entre uma e quatro criaturas – o número varia de acordo com o depoimento – bípedes, que vestiam uma roupa preta e tinham olhos muito grandes.
Muitos ouviram um barulho, algo parecido com o som de uma estação de energia elétrica. Quando a criatura se mexeu, era como se a gravidade não interferice, era um andar fluido. Muitas crianças correram de medo e foram para dentro da escola, onde os professores estavam fazendo uma reunião com todo o corpo docente. Entretanto, alguns alunos ficaram e contaram que os alienígenas tentaram se comunicar telepaticamente com eles, pedindo para que os seres humanos cuidassem melhor da natureza. As criaturas então voltaram para a nave e foram embora.
O repórter perguntou se não era alguém em uma fantasia, ou se a nave seria um helicóptero, mas as crianças garantiram que não. Também foi pedido para que elas desenhassem o que elas tinham visto. Colin Mackie, diretor da escola, contou que as crianças estavam em um misto de medo e euforia, contando uma por cima da outra o que tinham visto. Foram tantos relatos que ele acreditava com toda a certeza que algo tinha sido visto, só não sabia se realmente era um OVNI.

Alguns desenhos das crianças que viram o OVNI
Depois de pegar o depoimento das crianças, Tim Leach contatou a jornalista e ufóloga Cynthia Hind, que participava da Mutual UFO Network, a maior associação de ufólogos e entusiastas da África. Cynthia foi até a escola, reuniu as crianças mais velhas e começou a colher depoimentos, como uma acareação. Depois, ela foi até o local do suposto pouso com alguns equipamentos, incluindo um contador Geiger, mas eles não encontraram radiação fora do normal. Com a ajuda do especialista Gunter Hofer, eles traçaram um paralelo de eventos naturais que poderiam ter ocorrido naqueles dias para descartar essas possibilidades.
No documentário “Ariel Phenomenon” de 2022, várias crianças daquela época foram reentrevistadas para lembrar daquilo que elas tinham visto. Uma delas foi Lisil Field, que na época estava na 4ª série. Ela disse que se lembrava do evento “como se fosse ontem” e desenhou as mesmas coisas que tinha feito em 1994. Outro estudante reentrevistado foi Luke Nel, que estava na sétima série. Ele lembrava de estar brincando no parquinho da escola quando um amigo apontou para o céu e perguntou se ele estava vendo um objeto prateado. Segundo Luke, o objeto rapidamente subiu ao céu e desapareceu. Depois de um tempo, ele viu uma comoção de crianças correndo e contando que tinham visto um extraterrestre.
Dois estudantes, Salma Siddick, que na época estava na 6ª série, e Nathaniel Coxall, viram as crianças mais novas apontando para os arbustos. Segundo eles, eles não tinham conhecimento do que era um “extraterrestre”, mas achavam que era um homem estranho, por isso saíram correndo.

Cynthia Hind com o diretor de Ariel
O jornalista Tim Leach conseguiu contato com o professor John Mack, do departamento de Psiquiatria da Universidade de Harvard e ganhador do prêmio Pulitzer, um dos mais importantes da literatura. Ele se interessou pela história e foi até o local checar os fatos. Ele colheu novos depoimentos, desenhos e gravações em vídeo. Segundo as crianças, os professores tinham dito para que elas esquecessem a experiência, mas ele disse que, nesses casos, era melhor que elas pudessem falar sobre o acontecimento e se sentissem acolhidos.
John Mack foi chamado para dar uma palavra para a comunidade escolar, uma vez que muitos pais estavam muito preocupados com o estado emocional dos seus filhos. Segundo ele, as histórias das crianças eram consistentes e ele tinha certeza que eles tinham visto algo. Uma das crianças mais afetadas foi um aluno chamado Paul Trim, que tinha 13 anos na época. Seus pais eram muito religiosos e não acreditaram no que ele disse. A irmã dele, Emily, é uma das figuras centrais do documentário: a pedido da equipe, ela volta até o Zimbabwe e reencontra várias pessoas daquela época, inclusive sua professora da 3ª série.

John Mack com uma das testemunhas
Como vocês podem imaginar, as emissoras de TV correram para entrevistar as crianças e mostrar os desenhos do suposto disco voador. A BBC, que era a maior emissora do país, fez um especial relatando o ocorrido, inclusive levou o professor John Mack para falar sobre as suas perspectivas. Ele disse que, antes cético, acreditava 100% no que as crianças relataram. Além da BBC, John também deu entrevista para o Larry King Live, CNN, NBC, Oprah Winfrey Show. Em todos os lugares, a pergunta era sempre a mesma: como a comunidade acadêmica estava levando as novas suposições de John Mack? Um dos colegas de trabalho disse em entrevista que ele tinha ido “longe demais” e esperava trazer ele “de volta para a realidade”.
John continuou estudando o fenômeno UFO, entrevistou mais de 100 pessoas em diversos casos diferentes e passou a falar abertamente sobre a existência da abdução alienígena. Isso deixou a Universidade de Medicina de Harvard irritada, e foi aberta uma sindicância para averiguar a conduta do professor. Em entrevista, um superior disse “Nós somos a terra da ciência. Teologia é ok, extraterrestres, não”. John morreu em 2004.
E não foi só ele que sofreu represálias: o jornalista Tim Leach, que já tinha coberto guerras e conflitos civis em diversos países da África foi mandado embora da BBC. Segundo ele, ninguém queria mais associar seu nome a sua falta de credibilidade.- Outros relatos vem das testemunhas, já adultas, que sempre tiveram medo de serem julgadas por aquilo que viram. Muitas foram proibidas de mencionar o encontro pelos pais, algo que elas levaram para a vida adulta.

Documentário "Ariel Phenomenon"
• FONTES: Ariel Phenomenon, BBC, Extraordinary Encounters.
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